03/05/2008


. Sobre sofás, padarias e telefones celulares .

Eis que me deparei com um mundo que nem de perto parece o meu. O mundo de alguém cujo ‘brilhantismo’ me afetou profundamente.

Chega a ser trágico e cômico ao mesmo tempo. Um mundo que é baseado em sofás, padarias e telefones celulares.

Estranho? Prático, eu diria.

Nesse mundo não é preciso fazer média com ninguém, não é preciso ser além do que as pessoas esperam que você seja. É um mundo prático, onde garantir as gargalhadas alheias basta.

Pode parecer vazio, triste, sem personalidade alguma, e até é. Mas ao mesmo tempo massageia o ego. Imagina ser a pessoa em que todo mundo pensa quando se refere à diversão? Imagina! Imagina ter uma importância na vida social das pessoas? Massageia o ego sim.

E eu me encantei por esse novo modo de pensar, de agir, de ser. Me encantei pelo diferente, me encantei pela espontaneidade forçada, pelas mil faces usadas para mil pessoas diferentes. Me encantei pelo charme, pelo carinho, pelo frescor da novidade. Me encantei por ele.

E ele me ensinou que sofás, padarias e telefones celulares criam polêmica, me ensinou que eu posso ser mais do que sou, me ensinou que a vida é mais do que sempre pensei, ele me ensinou a ter coragem de deixar para trás tudo o que passou e me deu força para pôr um ponto final.

E eu aprendi. E por ter aprendido, mudei.

Nem todo mundo concorda com esse estilo de vida, nem eu, para ser bem sincera. Mas é um estilo de vida cheio de liberdade, é o estilo de vida de um momento: do sofá para a padaria, da padaria para o sofá e sempre, sempre mesmo, com o telefone celular na mão.

Eu ainda não achei o meu estilo. Mas ele, ah, ele me fez ver qual o estilo que eu não quero.

Talvez quem esteja certo é ele, afinal vive em um mundo sem amarras, sem questionamentos mais profundos, agindo sempre da maneira que bem entende.

Talvez eu tenha estado errada durante toda a minha vida ao buscar na responsabilidade uma certeza que não veio. Talvez não haja certeza. E ele me mostrou isso, que há o incerto, a certeza incerta e a incerteza certa.

E ele, ah, ele vai ser sempre quem me fez pensar em sofás, padarias e telefones celulares.

. Nina .

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