30/07/2008


. Coisas .

Não sai da minha cabeça e já deveria ter saído, mas não com raiva ou com um sentimento de posse, ou sofrimento de cortar os pulsos. Na verdade queria sentir mais, até por ele mesmo, queria sentir mais. Não senti ciúmes, não os sinto há séculos, queria senti-lo. Não senti vontade de esfregar a cara dele no chapisco, queria sentir. Não senti.

No momento meu sangue ferveu, é verdade, não posso mentir, mas não senti nada mais que isso, nada mais que o esquentar do sangue. E me pergunto se o quis e quero realmente, me pergunto se isso tudo me é tão indiferente assim mesmo ou só momentaneamente tedioso. Ele e eu, éramos bons juntos, muito. O orgulho não me permite conformação, mas ao mesmo tempo não sei se aguentaria viver correndo atrás dele para sempre, e nunca o vi realmente correr atrás ou ao meu lado.

Eu só queria sentir de novo, ser amada no raso, sentir não mais borboletas e sim uma manada de elefantes, ser ciumenta com e sem motivo, ter surtos, sentir o calor do tesão percorrendo o corpo no primeiro beijo e no último também. Acho que ando fria demais, até com ele, para ele, até em relação ao tipo de saudade que tenho sentido dele, o que me faz pensar que talvez não fosse amor, talvez não fosse amar, e nem paixão ou coisa que o valha.

Talvez seja um modo de defesa, um modo de não mais sofrer do jeito que sofri da primeira vez. Vai ver eu estou certa de não sentir nada. Talvez eu peça coisas que eu ainda não estou preparada para viver e sentir.

Mas sei que queria ouvir o telefone tocar, uma vez apenas, uma só vez...

. Nina .


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