08/12/2008


. Dois .

Ele olhava para ela, ela se deixava ser olhada por ele. Ela o beijava, ele se deixava ser beijado por ela. Abraçavam-se. Uma saudade ardia entre os dois, e na penumbra eles se despiam de máscaras, de medos, despiam-se deles mesmos. Chovia dentro dos dois. Raios, relâmpagos, tormentas. De um amor por um amor, deles e por eles. chovia. Cabelos que se molhavam em abraços apertados, em momentos infinitos. Ele a amava, ela o amava, eles se amavam, se amaram. E os dois eram sem saber que podiam ser, os dois não sabiam o que eram, os dois queriam saber. E mesmo assim insistiam naquilo que sentiam, mesmo enfrentando seus próprios corações. Dormiam e acordavam entre lençóis que não eram seus. Dormiam e acordavam entrelaçados um no outro, ouviam o silêncio que os envolviam. Ela apenas velava, ele dormia profundamente em seus braços. Ele não queria sentir a perda, ela não queria perdê-lo. Ambos se queriam, ambos se esforçavam, ambos queriam o amanhã do mesmo jeito que o ontem foi. Ambos não sabiam do futuro. Ambos não queriam sair dali.


O futuro se embaçava, o futuro se embaçou.
E os dois continuavam sendo dois.
E os dois queriam ser um só.


. Nina .

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