05/01/2009


. Desabafo .

A extrema vontade - diria necessidade - de externar o que sinto vem, infelizmente, dos momentos mais difícies. Essa gana por escrever o que tenho que calar, me transforma somente quando o mar não está para peixe. A maioria das pessoas não entendem como eu aguento. E na verdade nem eu sei. Andei vendo que há um padrão na minha vida, um padrão que se estabeleceu nos meus conflitos amorosos, e para dizer a verdade eu também não sei como eu aguento. E talvez por isso tenha que escrever.

Eu esperei pouco de 2009, ainda espero, pois estou ainda na prática do "deixa a vida me levar", mas confesso que esperava algo melhor do que tem acontecido. Confesso que esperava ser mais amada do que estou sendo, confesso que esperava algo mais simples e menos complicado em relação aos sofrimentos que os tais padrões, comentados acima, me remetem. Confesso que esperei outras atitudes daquele que escolhi.

Mas não há bem que dure para sempre e nem mal que nunca se acabe. Porém, eu não sei se aguento mais um término, mais uma rejeição, mais um 'tudo de novo'. Muito sinceramente, mesmo que pareça sinal de fraqueza, eu não aguento. Creio que me decepcionar mais uma vez só vai dificultar o próximo, só vai me fazer desacreditar ainda mais. Há tempos perdi a inocência de acreditar em amor, em eterno, em infinito. Acredito no que eu sinto, sempre acreditei, mas quando o que eu sinto não é correspondido, ou mesmo que seja não é tão verdadeiro quando vindo do outro, eu desacredito até em mim.

Antigamente eu faria um escândalo, lágrimas rolariam em público até. Hoje quando consigo chorar é no meu silêncio, é sozinha debaixo dos lençõis, e ele nunca vê que eu chorei. O libriano tinha feito eu acreditar nas coisas boas, no amor de novo, e talvez isso aqui seja uma tempestade num copo d'água, mas eu estou cansada demais para lutar, estou cansada demais para toda essa insegurança, todo esse jogo que eu nunca entendo. E ao mesmo tempo me sinto muito sozinha, isolada, como se ninguém entendesse o sentimento de solidão e de amor incondicional que eu sinto. E na verdade, ninguém entende. Nem ele deve entender.

Só que dessa vez em mim está diferente, estou triste sim, decepcionada também, me sinto abandonada para dizer a verdade (mais uma vez). Mas em mim há uma força, uma indiferença, uma visão de que só estou sentindo isso tudo para cumprir o currículo da fossa, como se fosse obrigação minha sentir assim, ou até mesmo obrigação minha de não deixar isso acabar assim.

Eu posso estar errada, equivocada mesmo, e ser apenas mais uma crise diante de tantas. Mas tenha dó! O silêncio nunca foi a melhor maneira de se comunicar, eu sei, eu me formei em comunicação.

Que haja ruído, meu querido, mas silêncio nunca! Eu preciso das palavras, muitas, sempre.

Será que isso passa? Será que eu consigo o amor que eu sempre quis? Será que um dia eu não vou mais me sentir sozinha?

Eu precisava desabafar...


. Nina .

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