08/08/2009


. Como um rio .

Soneto do Amor como um rio

Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.

Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.

Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo...

E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.

Vinícius de Moraes




E hoje, só hoje, ser diferente.

0 comentários:

 
Desvaneios de Madrugada - Copyright © 2016 - Todos os direitos reservados.
imagem-logo