18/06/2010


. Nostalgia .

Lembro quando parávamos o carro no portão, tudo escuro e frio naquele agosto quase setembro. A gente sentava e se beijava com a lua vigiando nossos abraços, e tinha uma urgência naquilo, uma urgência em ser para sempre. Quando os carros param na minha rua, os carros e as motos - nossa, como as lembranças ainda são claras na minha cabeça - quando eles param, eu lembro perfeitamente de quando parávamos também. Lembro quando eu pedia para você não buzinar na madrugada para não acordar meus pais e você buzinava bem alto como quem diz "estou aqui" e como você dizia isso... como sempre queria me convencer de que estava ali... Lembro aquela véspera de Natal quando ao parar no meu portão gritou pro mundo ouvir que eu era o amor da sua vida, lembro a cara do vizinho vendo essa cena, lembro de ter te calado com um beijo. Sempre lembro de você, mesmo não querendo, mesmo não devendo, é mais forte que eu, vem num turbilhão, vem nas emoções, vem nas lágrimas que não derramo, vem nas buzinas que escuto, nos motores das motos que param no meu portão. Quanta saudade me restou, quanta vontade me foi tirada, quanto desperdício essa solidão... Mas ainda assim, mesmo nessa saudade, nesse amor, mesmo assim, não me importo mais como antes, é como disse quando me falaram que sempre te vêem: hoje não me faz diferença, eu aprendi a te amar sem te querer ao meu lado. Aprendi somente a sentir saudades.


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