24/06/2012


. Malandro .

Era incrível e mesmo não acreditando em si mesmo, vivia numa crença absurda de que a liberdade era o mote principal de sua vida. Se justificava quando questionado sobre ela, não se prendia, não se compreendia, não se comprometia. E de tanto descartar a possibilidade de ser único para uma única pessoa, vivia as noites de solidão cansado de transar com tantas outras que não ela. 

Havia, sim, em sua cabeça uma justificativa: era do samba, era o samba e dele vivia. E na boemia encontrava o que tinha sabor: a malandragem, mas toda noite esquecia que quando o sol surgia o malandro que vivia nele ia embora também, e o que sobrava em seu quarto eram calcinhas espalhadas pelo chão e mulheres que não queria passar o dia com. 

Esqueceu que os sambas que tanto amava falavam de uma tristeza que a noite apagava, mas que o dia trazia. 

Um comentário:

  1. É a vida do malandro, dias de tristeza e noites de luto...rs

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