19/08/2012


. A medida certa .


Ele se assustava com a capacidade dela falar sobre todas aquelas coisas que ele não estava acostumado a ouvir. E aqueles segundos de espanto, que aconteciam logo após ela proferir significativas declarações de amor, o faziam refletir sobre tudo aquilo que vivia. Ele não sabia lidar com o que para ela era normal sentir.

E todo aquele amor, e todo aquele sentimento, ele guardava no bolso. 

Ela falava, ele ouvia. Ela cantava, ele calava. Ela ninava, ele acalmava. Diante de todo aquele sentimento ele a lia com os olhos, sabia cada passo que as expressões dela davam. E sem utilizar uma palavra sequer se mostrava. E fazia ela entender que o susto que as palavras dela causavam era pequeno em relação a tudo que ele também sentia. Ele (só) não sabia expressar, mas ela o ensinava.

Eram a medida certa das coisas incertas, da discordâncias do dia a dia. Ela era intensidade, ele calmaria.


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