Queria se justificar pelo fato de não querer.
O que tornava aquilo especial para o mundo era exatamente o que tornava impossível viver naquele momento. Não que fosse insensível a ponto de não perceber o bem que aquilo poderia lhe trazer, mas por simplesmente ser suficientemente inteligente para saber que não era o que queria naquele momento.
O que a tornava especial era justamente isso: ela sabia os passos que não deveria dar para que o banho de sangue não acontecesse. Forte isso. Mas sim, ela sabia que para preservar quem se gostava não poderia expressar tudo que pensava e sentia. Afinal, durante todos aqueles anos havia aprendido a calar caso não quisesse perder outras oportunidades.
Não pretendia ser sozinha, mas naquele momento também não pretendia ser aquela, ela, a maior de todas para aquele homem. Todas os elogios foram imensos, ela sabia, ele queria e ela não. Simples se os sentimentos de alguém não estivessem em jogo.
Era justa consigo mesma o suficiente para saber que mesmo que todos os sonhos fossem realizados dali em diante, tudo o que sempre desejou para vida poderia parecer vazio.
O momento não era aquele, nem o dele e nem o dela e no entanto não queria partir.
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