07/10/2013


. Caminho .


Decidiu se afastar diante do óbvio. Era a crença de que tudo poderia desmoronar na sua cabeça que o fazia permanecer inerte apesar de querer gritar naquele quarto vazio. 

Desistiu não somente de si mesmo como de tudo que poderia ser modificado a sua volta. O óbvio era demasiadamente doloroso a ponto de fazê-lo chorar a dor que não sentia. Pois era um caso sem dor, sem sofrimento, o caso era apenas o pesar de não saber fazer o que deveria. 

Encharcado em seus próprio pensamentos preferia calar-se, não pretendia fazer nada igual ou ao contrário, mas não se sentia maduro o suficiente para explicar que aquilo não era da forma como pretendia. A dor que havia para ser sentida não era dele. E o simples fato de não haver importância naquilo tudo é que o movia. Estranho, mas verdadeiro. 

Viveu anos de cabeça baixa, ergueu-a de maneira a colocar seu modo de olhar a vida em destaque. Não se perdeu no caminho, pelo contrário, via tudo muito claramente, sabia cada passo que deveria dar, cada caminho a percorrer. 

Era forte, era dono de si! Não dependia de ninguém para nada que soubesse fazer sozinho e nem para o que não sabia, também. Esqueceu que não estava sozinho no mundo. E apesar de toda força, desaprendeu. 

Por isso ao constatar a obviedade de todos os fatos, não resistiu. Se perdeu. Deu dois, três, quatro, cinco passo para trás. Sumiu de vista. E quem lembrava dele... esqueceu.

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