06/11/2013


. Uma andorinha só .


Sou super adepta do ditado 'uma andorinha só não faz verão' mas peco constantemente ao esperar demais das pessoas ao meu redor. E isso sempre me magoa infinitamente. Burrice, né? 

Aos 30 anos não era mais para me importar com isso, já que acontece sempre, com pessoas diferentes em ocasiões diferentes. Já era para ter aprendido de uma vez por todas o que sempre aconselho aos amigos nessa situação (mais um conselho meu a ser seguido por mim mesma!): conte sempre consigo mesmo. 

Acho que acabo não seguindo esse conselho e sempre pecando nisso justamente por acreditar, lá no fundo, que a humanidade tem jeito. Errada ou certa, não sei, acabo sentindo muito quando alguém não chega perto da expectativa que criei, seja ela de carinho com o próximo, de ajuda ao próximo, de qualquer coisa relacionada ao próximo, sendo ele eu ou não. E acho que me doe tanto justamente por tentar ao máximo realizar isso para o outro. Não sou perfeita, mas sei que sou boa amiga, boa companheira e tal. 

Por um tempo me revoltei e pedi que ninguém mais me pedisse favor algum na vida, cansada de levar nas costas todo o peso do mundo, parei mesmo, me senti mais leve sim, mas fui acusada de não ser altruísta. Sou libriana e isso apesar de parecer balela pesa muito. O simples fato de esperar a justiça das coisas, o equilíbrio do universo, faz com que eu seja 8 ou 80, a ferro e fogo, ou como uma amiga da pós falou outro dia 'não tão easy going'. Isso ajuda e atrapalha. Sou justiceira por natureza... sabe como é. O mínimo de injustiça com os outros me deixa p da vida, o mínimo comigo eu relevo até virar o máximo e aí não tem mais volta.

Porém continuo afirmando as duas coisas: 'andorinha só não faz verão' e 'conte sempre consigo mesmo'. Opostos? Paradoxal? Sim, porém sábio. Contar consigo extingue decepções, é triste, confesso, me incomoda imensamente, mas é para onde a humanidade está indo. Não que eu concorde, eu ainda acredito (mesmo que essa crença esteja ficando cada dia menor) que a gente deve contar com amigos, pais, namorados, parentes, ou seja, o mundo ao redor. Mas o fato de ser independente não faz mal a ninguém. Pois pode ser que não entendam seu sinal de fumaça e a gente tem sempre que se garantir, seja a sobrevivência, seja a segurança da gente, seja a estabilidade mental.

Então, cuidem de si mesmos. O mundo anda olhando muito para o seu umbigo. Mas cuidem dos outros também, pelo mesmo motivo e por simplesmente ser teimoso o suficiente para fazer diferente.

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