10/06/2016


. Amor próprio .


Toda vez que estalo os dedos lembro da sua voz ríspida dizendo para parar. Toda vez que faço qualquer coisa que daria motivo para você chamar minha atenção, eu lembro da merda de vida sem liberdade de expressão que eu tinha. Minhas risadas altas incomodavam o fato de você não saber lidar com mulheres poderosas. Meu jeito de dançar só fazia você grudar em mim mais forte para mostrar pro mundo a sua posse. Sua falta de tato com o feminino, sua falta de jeito para carinhos, fez por algum tempo que eu me sentisse menor do que eu realmente era. Seu excesso de lábia para cima de todas as mulheres menos para mim, me fez diversas vezes pensar que o problema era meu, que eu não era como as outras. Mas como te disse derradeiramente, muito obrigada por ter ido embora, pois assim, do meu jeito, na minha força, eu pude me firmar como a mulher que sou, no poder que tenho, nas vontades que eu bem entendo. E nunca mais pensarei que sou menos do que sou.

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