26/06/2008


. Nós, Princesas .


A vida é longa, é curta, é agradável, doce e muitas vezes dura e amarga. E na vida a gente tende a se ater a coisas não tão importantes, cada um faz a sua escolha, cada um se importa mais ou menos com o que cabe a sua personalidade.

Há quem se importe com futebol, com o trabalho, com os filhos, com os sonhos, com a realidade extrema. Há quem se atenha aos momentos de felicidade efêmera, quem goste de aventura, quem se anule pelos outros, quem se ame extremamente e não ame a mais ninguém, cada um faz sua escolha.

Ultimamente tenho percebido que nós mulheres temos escolhido nos preocupar muito com o amor, como princesas que somos nos preocupamos muito com o fato de encontrar o príncipe encantado, com o fato de não querermos ficar sozinhas.

Não creio que na vida isso seja prioridade extrema, estou aprendendo a me desprender dessa idéia de encontrar em um homem a metade de mim (já disse isso aqui no blog), de encontrar a salvação no outro, estou aprendendo.

Tenho uma teoria sobre isso.

Minha geração foi criada a base de coca-cola, pipoca, sessão da tarde, filmes da Disney. Filmes em que as mocinhas morrem de amor pelos mocinhos (muitas vezes não tão mocinhos assim), filmes em que príncipes encantados salvam princesas indefesas das garras dos maiores monstros e bruxas (analogias de desespero e solidão, né). Resultado? Mulheres iludidas, esperando os mesmos príncipes como se disso dependesse toda uma existência.

Fomos ensinadas a esperar, a crer que um dia eles aparecem para nos salvar desse tédio, dessa falta, desse vazio.

Essa foi a nossa cartilha.

Muitas heroínas de amor e apenas uma que lutava pelos seus ideais (valeu, She-ra!), e hoje depois de muito ver 'Barrados no Baile', 'Garota de Rosa Shocking', 'A bela adormecida', 'Rapunzel' e 'Branca de Neve' entre outros, eu vejo, aos 24 anos quase 25, que a realidade é muito diferente.

E é tudo mentira.

Eles vêm sim (mesmo porque ninguém vive sozinho), mas não para nos salvar, não para nos ensinar nada, e às vezes eles não vêm também, às vezes eles esperam ser salvos, eles que nada entendem de amor.

Enquanto as mulheres se importam em encontrar o amor, enquanto elas estão se debulhando em lágrimas por homens perdidos em vendavais, eles, ah, eles... eles nem se importam com isso, eles se importam com futebol, com pegação, com trabalho, com carros, com o flamengo, o vasco, o botafogo, o fluminense.

Eles se importam com eles. E estão corretos, eles estão corretos.

Então se há algo que um homem possa te ensinar nessa vida, é ser fiel aos seus ideais, é não se importar com o amor (assim como prioridade máxima), é lutar como gladiador num campo gramado com outros 21 homens atrás de uma bola com um único objetivo: ser bem sucedido.

Felizes são as princesas dessa nova geração, que são Super Poderosas, que salvam e não são salvas, que tem força, que têm superpoderes, que não esperam, que sabem que o planeta depende delas e que eles dependem também.

Aprenda com elas, eu estou.

Queira um amor sim, queira sentir borboletas no estômago, a vida seria vazia sem isso. Mas não dependa de ninguém para te salvar, não espere, vá atrás, corra atrás do que é melhor para você, na carreira, no amor, na bagunça, nos sonhos...

Não fique esperando ninguém te tirar dessa gaiola, desse castelo, dessa monotonia, desse tédio. Saia sozinha! Saia! Seja! Tenha superpoderes! Modifique a sua vida! Você pode! Você é! Você tem a força, você é invencível, você consegue!

Você é MULHER e isso basta.


**Irmã, essa é para você.


. Nina .

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