07/07/2008


. Cartas que não enviei . Volume 1 .

Meu lindo,
Pode ser que você tenha entrado aqui a mando de alguém e se assustado com o que leu, pode ser que tivesse medo de se comprometer com isso tudo que eu senti e sinto. E por isso sumiu. Mas, meu lindo, nem tudo que é escrito na intensidade do momento realmente é sentido na profundidade do ser. Eu sei que fui alguém diferente na sua vida, aceitei seu jeito, sua liberdade, nunca questionei, nem nunca questionaria. Simplesmente fui o que sou, simplesmente, meu lindo, não o fiz por você, fiz porque sou assim. Forcei a barra? Pode ser, meu querido, pode ser. Mas tenho essa qualidade também (ás vezes defeito) de correr atrás do que quero e acredito. E te avisei que também tenho outra, a de cansar fácil, a de esquecer quando preciso, e, meu lindo, você fez e faz um esforço enorme para eu esquecer você, para me perder, logo, farei mais que a sua vontade: esquecerei, você me perdeu.

Eu quis que fosse de verdade, tantos fins de semana agradáveis, tantos momentos inesquecíveis, ainda tenho vontade de te ligar, mas não ligarei, meu amor. Não ligarei, pois gostar de você do jeito que você é, sem querer te mudar, não foi suficiente, não é. Eu não vou insistir sem esperança (grande Caio Fernando), eu não vou insistir sem troca. Tenho consciência agora que eu sou companheira sim, mas você não o foi quando precisei. Ah, meu lindo, a gente tinha muitas noites ainda para não dormir, viagens para planejar, muitos amigos a conhecer, muitos jogos a torcer, muitas confissões a fazer, mas, querido, você não quis, você sumiu. E isso me intriga, pois cada vez que a gente fica próximo, você resolve sumir, cada vez que parece que está ficando sério, você desaparece... Achava romântico até, mas hoje sei que sou muito mulher para um menino como você. Ainda estou apaixonada, mas passa, passou tantas vezes, meu querido. Você perdeu essa oportunidade, me pergunto se você não voltou para ela, ela que te reprimia conforme relatos seus, talvez o tenha feito, talvez tenha preferido regredir a continuar a crescer. Mas isso não me importa agora, e se o fez foi bem pensado, tenho certeza.

É uma pena, querido, meu amor lindo, uma pena não ter dado certo. Mas dessa vez falo somente por mim, eu tentei, fui até o fim da minha paciência, do meu tentar. Espero que você seja feliz, que apareça na minha vida como amigo pelo menos, que seja porto seguro de alguém e se deixe ser amado sem medo de perder a liberdade que lhe é tão característica. Eu tentei te dar essa liberdade sem freios, mas você não souber tê-la. Posso sim estar fazendo tempestade em copo d'água e amanhã ou depois (como sempre) você voltar, você aparecer. Mas, amor, eu não aguento mais isso, cansei demais disso, preciso que você esteja aqui como cúmplice, companheiro, amor, amigo, amante.

Seja feliz, meu querido, seja do seu jeito, não deixe que ninguém te diga que você é menos. Continuo a te dizer, meu anjo, você é uma pessoa que vale muito a pena a gente ter na vida, muito! O que não valeu, amor, foi você não ter olhado pro lado e visto que ali tinha alguém que podia te amar do jeitinho que você é. Entenda.

Um dia a gente se encontra...

. Nina .

Um comentário:

  1. Ai, ai, querida, tenho um caderno inteiro de cartas assim, para a mesma pessoa...

    E se ele leu mesmo o seu blog e correu porque te achou intensa demais, então você realmente precisa de um homem mais intenso do que ele, capice??

    Saudades!
    Beijos

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