30/03/2009


. Não posso deixar um troço qualquer morrer .

Normalmente eu tenho gana por escrever as coisas que me incomodam, mas dessa vez está sendo diferente. Acho que por conta de estar exausta com isso de amor, amar, deixar de amar, ser rejeitada. E aí as palavras não vêm tão fácil ou esquecem-se de vir como reclamações. As palavras estão vindo como silêncio. Paradoxal, mas é a pura verdade.

Percebi já tem um tempo que uso muito isso aqui para falar das agruras do amor que sinto, que vivo, que sonho. E hoje não tenho o que falar disso, não do jeito de sempre. Me deparei numa situação que não sei para onde vai ou como ele mesmo me disse uma vez hoje está tudo meio "embaçado". Sei que algo bom está por vir, não dele, não em forma de romance, mas na minha vida, não só estou precisando e merecendo ares novos e bons, como creio que a hora é agora.

Ele mora em mim, não tem como, mas dessa vez mesmo muito magoada, muito ferida por dentro, acreditando que não fui amada, que tudo não passou da mentira que minha vaidade estava querendo e ainda quer, dessa vez eu não vou lutar mais. Eu já acreditei, eu já fiz, eu me dei e agora eu não vou lutar. E quem me conhece sabe que nesse ponto, onde abandono a luta, eu estou morta de cansada. Quem me conhece sabe que para eu levantar e desistir da batalha é porque não tenho mais saco de viver repetidas vezes o mesmo erro, o mesmo sofrimento.

Das outras vezes eu levantei e fui para a noitada, me acabei de dançar funk no Castelo, fui para a roda de samba do Capone's, enchi a cara de cerveja e vodka até o meu melhor amigo ser o vaso sanitário. Hoje não. Me basta ver Grey's Anatomy, chorar vendo os filmes românticos, torcer pelos bandidos quando querem assaltar um Cassino qualquer. Hoje eu estou me dando doses mais leves de amargura. Hoje eu estou tentando não sair tão ferida.

Dessa vez ele fez muito pouco, quase nada, mas sabe, se tem uma coisa que não suporto na vida é mentira. Desde que Ricardo foi embora, juntou os trapos com outra, desde então eu jurei para mim que ninguém mais ia mentir para mim, que eu não aceitaria mentira como resposta. E eu sempre faço um pacto de sinceridade quando sinto que vou me apaixonar por alguém, sempre, e cumpro, eles nem sempre, e assim os tiro da minha vida.

Hoje eu sei, sei que sou uma menina bonita, inteligente, divertida, sei que sou bom partido como mamãe fala, mas meu telefone não toca com frequência, meu msn não pisca desenfreadamente, minha caixa de e-mails é vazia. Meu coração sempre procura alguém para amar quando está sozinho, e quando ocupado só bate em virtude daquela pessoa. Acho que o caráter de um homem está na virtude de ser sincero. Quando perdida a confiança em alguém não confio mais, não mais a recupero. Não sei ser falsa e mesmo que precise me magoa muito ser, me machuca, me fere. Sou boa e por isso sou usada, enganada e sei que sou e em análises eternas tento não mais ser.

Mas hoje, só hoje, eu não ligaria de ser isso tudo se ao menos uma pessoa me amasse de verdade e me visse como A pessoa da vida inteira, e me concedesse o prazer de compartilhar a vida e finalmente me dêsse colo, por uma vida inteira ou por um instante apenas.


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