11/08/2009


. Ausência .

Quantas pessoas sozinhas nesse mundo. Quantas pessoas se pegam pensando em amores que se foram, que nunca chegaram, que poderiam ser amores. Quantas pessoas na solidão de um quarto silencioso esperando a hora passar para ser mais suportável o próximo dia e talvez não. Quantas pessoas solitárias e tantas outras que nem fazem idéia de que estas existam.

No meu mundo, na minha profundidade, só me resta olhar a foto ao lado do computador, lá estamos sorridentes e felizes, tão apaixonados que nem consigo nos reconhecer. Hoje não sei se devo esperar mais, não sei o que esperar mais. Me sei solitária a maior parte do dia, lutando contra pensamentos negativos que me fazem pensar que nem amor foi. Hoje me sei perdida entre um sentimento imenso, entre turbilhões que se foram e a sua ausência. Hoje me ponho a pensar para que tantos fogos de artifício dentro de mim se nada muda, se o que eu mais quis e quero não aconteceu.

Madrugadas podem sim ser tão frias mesmo sendo quentes, podem nos fazer ver tantas coisas que não queremos, e podem tirar o sono de quem teria todos os motivos do mundo para se manter inerte, dormindo, sonhando, avesso à realidade que se abate. Madrugadas podem me fazer sentir sozinha e me serem tão sentimentais, como hoje é o caso. Amanhã pode ser que acorde sem sentir nem um pingo de saudade, nem uma parte dentro de mim se remexendo na falta que me faz olhar seus olhos e seu sorriso.

Não sei mais sua voz, não sei mais seu cheiro, não sei mais aquele jeito seu de me fazer tremer só de entrar em um recinto. Não me sei mais, sou vazia. Me confundo com essas tantas pessoas sozinhas, solitárias, esperando alguém entrar pela porta da frente, buzinar em frente a casa, ou apenas ouvir o telefone tocar. Me confundo com tantas vontades minhas, as minhas verdadeiras vontades e me sinto presa a alguma coisa que não existe fora, que só existe em mim, dentro.

Valor a gente dá a quem merece, a quem move o mundo para estar ali quando não deveria, a quem nos faz sorrir na tristeza ou simplesmente a quem nos faz ver que amor existe ainda dentro de nós. Valor nos é dado pelas mesmas coisas, mas nem sempre a quem damos valores, nem sempre essa pessoa tão valorizada sabe nos valorizar. Eu sei. Você não valoriza.

E eu sei também que só estive aqui este tempo todo, 12 meses e 3 dias, sei que estive aqui por acreditar que por direito era algo meu, por acreditar que dos céus ele tinha vindo me salvar de mim, por acreditar que se você tinha aparecido da forma que apareceu, na intensidade que apareceu, era porque me era destino ser sua. Eu fiquei aqui por acreditar nas palavras de amor, por acreditar no amor que eu senti todas as vezes que estivemos juntos. Fiquei por acreditar que 1 ano depois tudo já estaria resolvido, por acreditar que eu merecia que estivesse resolvido, por acreditar que nós dois juntos somos melhores do que separados.

Por você fiz o que nunca imaginei fazer por alguém, nem por aquele que por anos cri ser o amor da minha vida. E eu soube que minha vida não seria a mesma no instante que te vi pela primeira vez, e soube de novo no instante em que nos beijamos, quando te senti, eu sabia que dela você nunca sairia, e é essa certeza - que ainda tenho - que eu não entendo, já que nada saiu conforme o imaginado.

E hoje, a ausência que você tornou rotina, para mim, é coisa que acompanha meu andar, meu falar, meu escrever, meus planos. Não sei se planejo esperando ou se planejo acontecendo sem você. Sei também que não importa, pois se a você importasse, o seu medo, que te move a fazer as coisas - como vc diz, daria sinal quando percebesse que é assim que você me perderia e aí sim, você faria o que admitiu não estar fazendo, aí você teria medo realmente e não seria mais uma frase feita, e aí você lutaria para realmente não me perder.

E o que me restou foi todos os dias olhar nós dois apaixonados para não esquecer que ali houve sentimento, que eu não sonhei o que vivi, que ali você me ama, que pelo menos ali nós estamos juntos.

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