19/09/2010


. Eu não sou de plástico .

Muitas vezes passamos por situações que não deveríamos, ou porque temos que passar por elas. Ontem foi um dia assim, passei por algo que não deveria, não queria e nem merecia passar (bem verdade). E assim como tenho lidado com outras coisas na vida ultimamente, evoluí. Evoluí, pois estou cansada de sempre me sentir menor, de não ser defendida quando eu estou certa, de ter sempre que me defender. Cansei. E disso tirei uns ensinamentos para a vida.

Amigos os tenho, porém, assim como muitas coisas na vida, amigos vêm e vão. Eles fazem a parte deles no momento que têm que fazer e muitas vezes desaparecem na neblina ou por infantilidade deles mesmos, ou pela vida ser corrida, ou por qualquer motivo que seja.

E há amigos que ficam por serem sempre os mesmos em relação a você ou por você não querer abrir mão deles, é escolha como diria uma das minhas melhores amigas.

As pessoas são defeituosas, eu também o sou, quem não é. Olho sempre mais pras qualidades daqueles que eu amo, e sei que quando os defeitos sobressaltam é porque não estamos na mesma sintonia. Ontem eu fui naquele aniversário para me certificar de muitas coisas, e realmente ,como na maioria das vezes, eu não estava errada.

Naquela circunstância de ontem vi pessoas sendo ignoradas por outras para as quais dão um valor absurdo, enquanto para quem está ao lado, cagam. Vi pessoas num auge de orgulho imenso que preferem perder uma amizade a dar o braço a torcer. Vi pessoas numa figuração enorme banhada a vodka e música sem graça. Vi coisas ali que eu hoje não trago mais para a minha vida. E me senti feliz com isso: eu não sou mais de plástico.

Ontem ouvi que depois de certos relacionamentos me tornei ranzinza em relação as outras relações ao meu redor, e desculpa, não concordo. Não me tornei ranzinza, apenas não concordo com determinados tipos de atitudes que as mulheres tomam em detrimento ao homem, que muitas vezes nem são pedidas ou exigidas pelo cara. E muito pelo contrário da ranzizisse, eu ainda sou muito romântica até, acho as coisas fofas, mas não espere que eu chore em casamentos, que eu chore porque alguém vai morar fora, não espere que eu chore.

As pessoas não sabem da minha vida, e não rola saber por que eu não tenho mais saco de falar dela, de falar profundamente dos meus pensamentos para pessoas rasas. Simples assim. Elas não entendem que sim, as pessoas mudam com o passar do tempo, que mudam entre uma experiência amorosa e outra, que endurecem, que nem tudo na vida é cor de rosa e salmon. A vida é em preto e branco, e cabe à gente a pintura dela nas cores que quisermos.

À beira de completar 27 anos e me analisando em relação a quem me tornei, tenho orgulho de mim, posso nem ter muitas coisas as quais desejei ter nessa idade como filhos, marido, casa própria, mas tenho orgulho da minha luta e isso compensa a falta dessas coisas. Percebi que não fujo dos meus desafios, muito pelo contrário, encaro-os e por vezes até insisto em combatê-los. Sou uma pessoa de opinião, não ando concordando com a maioria, não acho que tenha que votar no candidato do atual presidente, não acho que morar nos EUA seja vantagem para alguém, não acho que se subtrair em relação ao outro e esquecer os amigos que merecem ser lembrados sejam coisas que se devam ser louvadas.

Me tornei alguém diferente, mudei. Coisas novas me acontecem todos os dias, mesmo não sendo novidades avassaladoras, tive experiências as quais me mudaram profundamente. E isso me faz uma pessoa melhor, mais madura, mais real. Eu não sou de plástico. E descobri que já não me encaixo no conto da carochinha. Meu mundo não é cor de rosa, e eu batalho pelas minhas guerras... Eu batalho até ganhar.

Ainda tem espaço pra amor aqui, para fantasias quiçá, mas a realidade é dura, meu amigo, e tenho orgulho de mesmo assim não precisar pisar nos sentimentos de ninguém para conquistar o meu lugar ao sol.

Desculpem o desabafo imenso, mas é que tem gente que parece viver em outro mundo, e por um lado eu estou até feliz por não ter que viver mais nele. E conselho: amigos vêm e vão, se não te cabe mais sê-lo não tenha medo ou receio, pois as pessoas não o tem.

Simplesmente seja você mesmo e sério, não faça como eu: se não estiver a fim de ir a algum lugar, simplesmente não vá. Não se preocupe com que roupa vestir, seja mais que isso, tenha personalidade o bastante para levantar da mesa e sair por aí a fora caso o ambiente te irrite, tenha personalidade o bastante para não remoer as coisas ruins que os outros fazem com você e saia de casa para ver o sol se pôr ou nascer, ou vai prum samba desestressar. Nem todo amor do mundo merece que você se sinta pior por ter feito a coisa certa. Simples assim. Vai viver, se você quiser, mas faça o que você realmente deseja.

E fique grato aos céus por não ter que viver à base de convenções, fique grato por não ser de plástico, fique muito grato a Deus por isso.


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