Enroscava os dedos nos fios negros dos cabelos dele. Ensaiava cada curva de seu corpo. Deitava no mesmo sofá de antes, a mesma perna entrelaçada a dele. Tinha um olhar vazio e um cheiro doce. Saboreava aquela presença imaculada do silêncio. Sentia-se livre para fazer o que quisesse com aquele corpo adormecido. Aproximou-se de sua boca, lambeu-lhe os lábios e os mordeu levemente. Ele abriu os olhos, piscou lentamente, traçou seus dedos pela curva do pescoço dela, segurou seus cabelos e apertou contra nuca. Sentiu-se fraca por uns instantes, suas pernas enroscaram-se mais ainda nas dele. Eram quase um corpo só. O beijo, o sexo, lágrimas e suor. Ninguém se moveu. Eram um. Apenas um. Nenhum movimento além. Uma noite apenas e devagar voltaram a dormir.
03/06/2012
. Um .
Tem mais em:
textos
Escritora, apaixonada por cultura pop, botecos, cerveja gelada, samba, mpb e Netflix. Cenas de vida, amizade e amor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários: