09/09/2012


. Engessado .

Se te convém esquecer, por mim tudo bem. Eu é que não consigo ficar imóvel diante dos fatos.

São tantas coisas no entorno que minha alma inquieta desdenha do que tem que ser feito para sobreviver. Não há respostas para as minhas perguntas, acabou, deu já foi. Estou farta de tentar alcançar todos os maiores lugares do pódio. Você não?

E justiça, há? Talvez até haja, meu bem. Mas daqui de onde olho não estou encontrando, pelo menos nesse momento. Sim, sou defensora daquela máxima de que sempre há um motivo de ser e de acontecer. A verdade, meus caros, é que neste momento não consigo mais amanhecer em um domingo, e não é pelo amor que me falta, pois ele não anda me faltando, pelo contrário, mas pela proximidade da segunda. 

Se te convém calar, a mim não, meu bem. A mim não convém o silêncio das coisas.

Já me disseram que talvez seja o tempo de zarpar, de arriscar e sair fora. E podem estar corretos, e eu devo estar com medo de arriscar às portas dos 29. Deve ser medo daquela máxima que ouvi no outro dia, que se você nada realizou até os 30, fatalmente não realizará. Medo. É isso, estou num momento 'ruim com ele, pior sem ele', o que é extremamente oposto a tudo que sou. Não sei mais onde, como ou porque. Esse é o problema, meu bem.

Não desisti. Esse é o outro problema. Até quando vou aturar certas coisas, certos gritos, certas humilhações? Até quando vou assistir a morosidade das pessoas ao meu redor? Até quando vou sustentar a não explosão? Até quando vou conseguir me manter num lugar onde não faço diferença mesmo querendo fazê-la?

Quando é que meu espírito vai se contentar em ficar quieto? Acho que nunca.

São tantos pensamentos, tantas coisas ao redor, tanto... Mil projetos a passo de formiga, mil vontades ainda guardadas, mil... E a criatividade sendo minada a cada dia, sendo sufocada por gessos, por pessoas que não sabem o que fazem e mesmo assim o fazem com o respaldo de quem deveria gritar por coisas novas. Dói e tá doendo cada dia mais essa prisão, e ter que aceitar essa prisão por precisar de certas coisas banais mas necessárias, capitais que vêm por meio dessa morosidade, dessa resiliência. 

E ter que pegar um avião para ir ali, que deveria ser feliz e aventureiro por nunca antes ter sido feito, se torna massante, triste, desestimulante, sem brilho e sem vontade.

Cadê o gás da novidade que morava em mim? Cadê aquela vontade? Estou soterrada pelo ambiente corporativo engessado cheio de gritarias que se tornou meu dia a dia.

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