14/02/2013


. Até amanhã .


Desapareceu dentro de si mesmo. Guardou o silêncio como a chave para a felicidade. Não falava mais, apenas sentia. Doeu nos primeiros momentos, mas se acostumou a ouvir o som da voz dela apenas, sem esboçar reação que não o sorriso torto de sempre. Sorria, pois desistira de ser fraco, de sentir as lágrimas vindo a garganta, de sentir o nó dos questionamentos que se fazia todos os dias. Não entendia a frieza ou a normalidade de certas atitudes. Calava-se para não ser magoado com suas próprias palavras. 

Desapareceu dentro dela. Não falava mais de amor, de futuro, de nada. Deixou que seus passos caminhassem nas areias banhadas pelo mar do seu coração. Era como escrever nomes na praia e deixar que as ondas  apagassem. Todo esforço que fizera até então virou calmaria diante de não se comprometer com nada que não fosse até amanhã.

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