12/07/2014


. Até hoje .

Ás vezes tenho vontade de abrir aqui e escrever para você. Mesmo depois desse tempo todo que a gente não se fala e nem se quer. Na verdade a gente mal se conhece mais. 

Mas é uma vontade de te perguntar os motivos pelos quais eu não consegui tudo aquilo que pensei. Ou o motivo de ainda estar perseguindo o que você já conseguiu conquistar.

Ás vezes abro aqui e vejo a tela em branco esperando as letras, as palavras... Lembro do quanto a vida é doida e põe a gente em locais tão duros de assistir a vida dos outros passar.

Vontade de te dizer que aqueles conselhos me fazem falta. De perguntar o que fiz e faço de errado para estar parada aqui esperando e sempre esperando. 

Eu sei que você seria amável, diria que tenho potencial para tudo que quero, que mereço, que talvez esteja apenas esperando demais, que gosta de conversar comigo.

E eu não vou te perguntar nada, não vou começar a te escrever, não vou matar a angústia e nem a ansiedade de querer uma vida normal e estruturada.

Vou fechar a janela, ver que você agora tem as cercas brancas, o cachorro, os filhos, e que eu ainda estou tentando comprar tijolos para começar as minhas construções. Vou olhar pro lado da cama, rezar, demorar a dormir pensando em tudo que queria entender e que mais uma vez não te perguntei.

Ah, só queria dizer que o tempo anda sacaneando, mudando rotas, sendo tolo, anda demorando muito a encontrar minha sintonia, meu jeito, anda difícil de se acertar comigo. Ele já foi melhor comigo, sabe... Antes de ser cruel de novo, você mais que ninguém sabe disso.

Fecho a janela e vou. Afinal, sempre sobrevivi. Pelo menos até hoje.

2 comentários:

  1. Fiquei engasgado com seu texto. Direto, simples e ao mesmo tempo bastante reflexivo.

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    1. Obrigada, querido. De vez em quando o que sai nos textos é o que tem na alma.

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