19/11/2008


. De João Paulo Cuenca .

"Costuma começar com um tímido “gosto de você” cochichado entre copos, no passo desastrado de dança, na primeira fragilidade exposta. Depois, há gradações que passam por eufemismos como o verbo “adorar” e que são transmitidas em bilhetinhos ou mensagens de texto pelo telefone. A progressão do afeto declarado pode levar meses ou anos até o “eu te amo” definitivo que, como diria Barthes, só tem algum significado na primeira vez que é dito. E se o outro responde que sim (o primeiro “eu te amo” não é uma afirmação, e sim uma pergunta), cristaliza-se a única alucinação que se pode ter em dupla.
Até que dela se acorde."

João Paulo Cuenca
http://oglobo.globo.com/blogs/cuenca/

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