27/08/2013


. Repense .

Imagem retirada do filme 'Minha mãe é uma peça"

Estava lendo umas coisas sobre distúrbios alimentares e como as pessoas exaltam a cultura da magreza, principalmente com o advento das redes sociais que valorizam a imagem, instagram incluso, e resolvi dizer umas coisinhas sobre essa 'vida saudável' que algumas pessoas andam seguindo por aí.

Primeiro, para não criar polêmica, acho realmente digno a pessoa que consegue seguir um estilo de vida saudável, que realmente curte academia. Acredito que tudo feito com equilíbrio e para o bem de nós mesmos é válido. Deixando isso claro, sigamos.

A questão que eu não entendo, nunca entendi e até deve haver outro post sobre isso por aqui no blog, é o fato de separarem as pessoas em classes narcísicas: gordo e magro, feio e bonito. De rotularem as pessoas como sendo uma coisa ou outra, como se caráter não valesse de nada e como se as pessoas não tivessem escolhas.

Hoje todo mundo quer ser saudável ou é impulsionado a, ou, como em uma seita, convencido a ser. Só que, meu amor, as pessoas são feitas de coisas diferentes. Nem todo mundo, por conta até da estrutura corporal, vai ter barriga negativa. Assim como nem todo mundo vai ser obeso. A questão é a diferença, parece que rola uma onda para que todo mundo seja igual: robôs magros, comedores de batata doce e ovo, salada e pão Dukan. 

Acho válido se esse realmente for o seu perfil, a menina lá que viveu a vida toda enfurnada numa academia, desde os 14 anos, é dela, ela quer ela faz, ela é assim, faz parte dela. Mudar a alimentação também acho válido, beleza, coisa linda, mas daí a pessoa magra querer ficar mais magra ainda, é doença. E a gordinha achar que por ser gordinha não é linda, não é bonita, é fora dos padrões... aí tem coisa errada. A gente é o que é, pode melhorar, mas não quer dizer que o que somos é menos ou mais importante do que o tamanho que vestimos.

É preciso entender que a vida é mais que isso, que se tem escolhas, que nem todo gordo não é saudável, que nem toda magra é saudável. É preciso entender as diferenças, aceitar as pessoas pelo que são e não pelo quanto vestem ou comem ou bebem ou... É preciso entender que caráter vale mais do que números, que bondade não está atrelada a loirice e olhos azuis, que amizade está além de suplementos alimentares.

Já me magoaram muito na vida por isso, já pesei 51kg, já pesei 80kg e sofri preconceitos dos meus. Mas ninguém quis saber ou se interessou em saber o que causou aquilo. Ainda tem isso, o emocional, e as pessoas não andam mais interessadas no emocional das outras, o que é triste, pois acham que podem falar e fazer o que bem entenderem sem pensar em consequências, nem nas suas e nem nas que causarão aos outros.

Então, antes de julgar alguém por peso, por religião, por cor, por raça, pense, repense. Pois ser diferente é muito melhor do que ser igual. E entenda que o que se é não é quanto se pesa e sim o que se pensa.




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