05/07/2009


. Homens safados . E suas Histórias maravilhosas . Ele .

Segundo caso: Ele.

Estava triste, tristinha, tipo música de Zeca Baleiro. O mundo tinha caído na minha cabeça, não tinha vontade de nada. E eis que minha amiga me chamou para viajar no carnaval, ficar na casa dela com amigos em comum. E eu fui, porque carnaval em casa puxando um bode, não dá.

Já conhecia ele de vista, mas somente no dia da viagem fui apresentada devidamente. Éramos os únicos solteiros da viagem, eu acabada por um furacão, ele doido para curtir a liberdade pós namoro. Não o percebi, na verdade, não achei grandes coisas a princípio - sempre assim. E na convivência nada me chamou a atenção. Até que...

Até que um dia a galera resolveu ir para a quadra do condomínio jogar qualquer coisa, eu que não tenho interesse atlético em nada, fiquei de fofoca com minha amiga. Mas quando olhei para a quadra - Jésus - o vi sem camisa. Bastou né. Não sou assim, nem nunca fui, mas quando o vi sem camisa, não sei nem explicar.

A gente começou a ficar mais próximos por sermos os únicos solteiros, conversamos muito, rimos juntos, e enfim, ficamos. Foi ótimo, química boa. Ele era do tipo engraçado, extrovertido, totalmente oposto ao que o ex era. Eu não sabia como agir, como lidar com aquilo, era a primeira vez em muito tempo que eu ficava com alguém. Ficamos juntos o carnaval inteiro tipo namoradinhos, era bebezinho pra cá, linda pra lá, uma coisa. Antes de irmos embora ele pediu meu telefone, pois não poderia ficar sem. Pode?

Pensei que acabaria assim com a quarta-feira de cinzas, amor de carnaval, esses de verão que não sobem a serra. Enfim, passada a quarta-feira de cinzas, na quinta o celular toca e admirada constatei que era ele. Daí para frente foram encontros, muito beijo na boca, saída com os amigos dele, e mesmo sem querer me apaixonar, me apaixonei. Paixão daquele jeito da carne, química, aquelas coisas.

Com ele aprendi a me divertir, me descobri desejada novamente, a beber, cair e levantar. A admirar noitada, a acontecer na vida.

O problema:

O problema é que ele sumia de vez em quando, da primeira vez sumiu por um mês depois reapareceu como se nada tivesse acontecido, da primeira vez levei na boa, não estava gostando tanto dele assim. Mas voltou e voltamos mais próximos, mais casal, até chamar para ir a futebol com ele me chamou. Enfim. Foram, no total, 5 meses saindo, conhecendo amigos, chamando de minha linda, meu amor.

Um dia ele me deixou em casa como sempre e nunca mais voltou. Uma semana depois soube que estava com outra no bar que sempre frequentamos. Poderia ter sido diferente, como sempre, poderia ter sido sincero, terminado. Não entendo homem que não termina. Incrível!

Falando assim parece banal, mas a sensação é que eu tinha sido abandonada novamente. Hoje eu sei que nunca daria certo nós dois, somos muito diferentes, temos crenças diferentes e ele não tinha se apaixonado por mim e eu tinha me apaixonado pela idéia que tinha dele. Mas de qualquer maneira foi um cafajeste, mais um que me deixou partida, quebrada. Enfim, foi o fim mais uma vez.


Um comentário:

  1. Eu nunca vou entender o tipo de sentimento covarde do sumiço sem precedentes. Os safados deviam vir com um aviso estampado no peito "prazo de validade: 6 meses", e a gente saberia que depois de uns 3 já podia começar a procurar por outro pra comer nosso coração num pão de hot dog.
    De toda sorte, cair de cara no asfalto sempre rende um bom vôo livre antes. E nesses segundos que antecedem a queda, somos mais felizes do que nunca.

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