01/05/2012


. Caso sério .


Um caso sério, a essa altura do campeonato se deparar com um mar de explicações para si mesmo. Não sabia se queria se arriscar de novo naquilo tudo que já havia passado tantas vezes, era diferente, tentava se convencer que naquele momento, no presente, era diferente.

Viveu mundos, e nunca uma expressão foi tão sincera em relação a alguém como ele. Vivera mundos realmente. Tinha deixado tudo para trás ou tudo o deixou para trás, não sabia ao certo, mas a questão maior de todas era que estava recomeçando, seja por vontade própria ou por mero impulso do destino.

Não sabia como agir, se sentia dentro de uma música do Paralamas achando que ela era somente uma menina e que ele estava pagando por todos aqueles erros que haviam acontecido há tempos e que não soubera se desvencilhar no tempo certo. Teve medo, e o medo o paralisou deixando que escolhessem por ele o que hoje era a realidade da sua vida.

Arriscaria a vida por muito menos, já havia arriscado por toda aquela ideologia que acreditava piamente que um dia seria possível viver.

Eram tantas as explicações para si mesmo, eram tantos os desafios que poderia enfrentar e ao se deparar com aquela menina destemida, sem chance de retorno, com aquele frescor todo, com aquela falta de sono em plena madrugada, se percebia paralisado.

Ele sabia tudo o que ela esperava, ele sabia que ela queria viver tudo o que ele já havia vivido, ele sabia tudo sobre ela, ele só não sabia sobre si mesmo. Pois recomeçar só seria prazeroso caso ele soubesse que nem toda tempestade termina em arco-iris, só seria válido se ele tivesse consciência de assim como poderia acabar na próxima esquina também poderia durar para sempre.

Um caso sério, a essa altura, se apaixonar novamente.


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